domingo, 22 de fevereiro de 2009

Psiquiatria e Psicologia Forense- Parte II



É perante o exame clínico que o psiquiatra tem de estar atento e por todos os seus conhecimentos em prática pois o examinado pode ser um simulador, ou seja, pode estar a fingir apenas para evitar uma condenação. Por exemplo:

- Os simuladores chamam à atenção com a sua efemeridade, ao contrário os transtornados que não gostam de discutir os seus sintomas;
- Se se pedir para repetir uma ideia ao simulador ele fá-lo com exactidão, o transtornado não;
- Os simuladores dão respostas evasivas, repetindo muitas vezes a pergunta para terem tempo de pensar na resposta, o que não acontece com os verdadeiros transtornados.

São pequenos pormenores como estes que fazem o psiquiatra perceber se o examinado é simulador ou não.

Os diagnósticos e estados mentais que aparecem mais frequentemente diante do perito em Psiquiatria Forense são:
-
Neuroses: notadamente a obsessiva-compulsiva e histérica.
-
Psicoses: esquizofrenias, parafrenias, orgânicas e senis.
-
Retardos mentais (oligofrênia).
-
Transtornos de Personalidade ou Psicopatias.
-Dependentes químicos e suas complicações.
-
Epilepsias e suas complicações.
-Transtornos dos Impulsos (compulsões, piromania, jogo).
-
Parafilias ou Desvios sexuais.

Quando se constata alguma doença ou alteração mental, a atitude pericial mais importante é saber se esta alteração já existia por ocasião do acto que determinou a perícia ou aconteceu depois. É importante saber se a alteração ou doença é superveniente ou não ao facto que determinou a perícia.


Casos de estudo:

  • Crime Sexual Seria
  • Delinquência Infantil
  • Delito Sexual (Parafilias)
  • Epilepsia e a Lei
  • Personalidade Borderline
  • Personalidade Criminosa
  • Personalidade Psicopática
  • Psiquiatria e Violência
  • Transt. Sociopático
  • Violenta Emoção
  • Biologia da Violência
  • Cérebro e Violência
  • Crimes Satânicos
  • Transes e Possessões
  • Perícia Psiquiátrica
  • Dano Psíquico

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Psiquiatria e Psicologia Forense

No ramo da ciência forense, a psicologia e a psiquiatria tornam-se uma só: ambas se dedicam às situações que se apresentam nos tribunais e que envolvem leis. Assim sendo, nestas áreas são tratados todos os casos psicológicos que podem surgir em contexto de tribunal. Os licenciados nestas áreas dedicam-se ao estudo do comportamento criminoso, tentando construir o percurso de vida do indivíduo e todos os processos psicológicos que o possam ter conduzido à criminalidade, em busca da raiz do problema. Descobrindo as causas das desordens, sejam elas mentais e/ou comportamentais para que se possa determinar uma pena justa.


A intervenção dos psiquiatras pode ser solicitada por:

-Juízes;
-Advogado;
-Família;
-Próprio arguido;
-Parte lesada.


De modo a avaliar:

-Capacidade civil, ou seja, a capacidade de gerir bens e tomar decisões referentes a si;

-Capacidade de executar a função parental, em caso de divórcio;

-O nível de perturbação, na sequência de acidente de trabalho, rodoviário, ou outro;

-A responsabilidade civil, isto é, a capacidade de conhecer e avaliar a natureza e as consequências de um comportamento permitindo decidir a imputabilidade ou ausência dela, a inimputabilidade.

A palavra-chave para o psiquiatra dar término ao seu trabalho é inimputabilidade, o que traduz a incapacidade para no momento do delito o criminoso reconhecer a ilegalidade do acto cometido. Caso o criminoso tenha transtornos da personalidade como é o caso dos psicopatas, ou ainda, esquizofrenia é considerado inimputável. Caso tenha neurose, psicoses afectivas (depressões), síndroma cerebral orgânica (demência), alcoolismo e outras toxicodependências podem ser considerados inimputáveis ou imputáveis dependendo do seu estado no momento do delito.

De modo a fazer uma avaliação correcta do estado do criminoso, o psiquiatra necessita de fazer um exame ao qual se dá o nome de exame clínico, que inclui diversas partes, pela seguinte ordem:

-Identificação do examinado: deve conter a descrição física, a verificação dos documentos, sexo, idade, filiação, data de nascimento, foto e/ou impressões digitais;

-Condições do exame: local onde foi efectuado, na presença de quem e se o paciente estava sob o efeito ou não de medicamentos;

-Histórico e antecedentes: a necessidade de referência aos antecedentes neuropsíquicos e respectivos tratamentos, crises existenciais e a reacção a estas; o facto de na família haver antecedentes psiquiátricos também pode ser relevante e ainda o ambiente social, familiar e profissional onde está inserido o examinado;

- Exame clínico: do qual faz parte o exame físico e o mental, que é baseado na entrevista e nos dados do exame;

-Exames complementares, como análises, ECG (electrocardiograma), entre outros;
-Diagnóstico: onde o perito não pode fazer juízes de valor, mas apenas se cingir aos factos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Resultados da sondagem nº6

Questão colocada: O que acontece às peças dentárias quando submetidas a uma temperatura de 270ºC?

As respostas foram:

Queda da coroa 2 votos (10%)

As raízes obtêm uma coloração negra 7 votos (33%)

Produzem fissuras 1 voto (5%)

Carboniza-se o esmalte 7 votos (33%)

Pulveriza-se a coroa 4 votos (19%)


Desta vez, obtivemos um empate entre duas respostas, uma das quais a correcta. A resposta correcta é "As raízes obtêm uma coloração negra".

Como já foi referido no blog, os dentes são os elementos mais resistentes do nosso organismo e os únicos “sobreviventes” em caso de carbonização.

Eis o que acontece às peças dentárias quando submetidos às temperaturas de:

150ºC: Produção de fissuras.

270ºC: As raízes obtêm uma coloração negra

400 ºC: ocorre a queda da coroa (se o dente estiver são) ou a pulverização da coroa (se existirem cáries ou infiltrações).

800 ºC: carboniza-se o esmalte, que se torna azul.


Parabéns a quem acertou, poderá fazé-lo outra vez na questão seguinte. Quem não acertou tem oportunidade de acertar na próxima sondagem. Por isso, continuem a seguir o nosso blog! ^^

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Odontologia Forense- Parte II

Técnicas:

  • Caso existam dentes no local do crime, seguem-se os seguintes passos:
- Verificar se é um dente de leite ou definitivo;
- Identificar a que grupo pertence (incisivos, caninos, pré-molares ou molares);
- Reconhecer se pertence ao maxilar superior ou inferior;
- Proceder ao estudo quanto à sua posição: arco central ou lateral.


O estudo dos dentes, quando estes ainda se encontram no cadáver é mais simples quando se trabalha com ossadas pois podem-se estudar os maxilares (arcos ósseos) separadamente. Quando se trata de um cadáver fresco, deverá porceder-se à sua remoção para facilitar o manuseio.


  • Se houver sinais de mordida procede-se à sua análise que se baseia nos factos:
- Os dentes humanos são únicos;
- Existem detalhes suficientes dessa singularidade na marca de mordida.





-> A análise das marcas de mordida assenta nos passos:

Obtenção da evidência a partir da vítima: Para uma correcta análise, devem ser incluídas todas as características da dentada (localização; tamanho; forma; orientação; cor; tipo de lesão, saliva depositada quando produzida e, se possível, qualquer impressão digital encontrada.

Obtenção da evidência a partir do suspeito: é feita aanálise das estruturas dentárias dos suspeitos através de moldes de gesso.

Comparação da evidência. A partir dos moldes obtidos, são feitas sobreposições fotográficas com visa a estabelecerem-se comparações.







Ficha odontológica para identificação forense:

Numa boa ficha odontológica, devem constar os seguintes tópicos:

  • Sistemas de numeração das peças dentárias;
  • Diagrama para o registo das particularidades morfológicas de cada dente;
  • Um formulário de achados dentais;
  • Um local de registo de características odontológicas de interesse (radiografias, restaurações, etc.).

Sistemas de numeração das peças dentárias

O mais usado é o "sistema de dois algarismos". Neste sistema, representam-se os dentes por um par de números. O primeiro número, indica à qual dos quadrantes pertence (na dentição definitiva, varia entre 1e4; na temporária-5a8) a peça dentária, o segundo indica qual é o dente (dentição definitiva, representa-se de 1 a 8,sendo o número 1 o incisivo central; na temporária: 1a5)


Diagramas

Os modelos mais usados são o sistema lineal, e o sistema em forma de arco. Nestes sistemas, os dentes representam-se de forma esquemática onde constam tratamentos odontológicos respectivos a cada dente. Diagrama usado pela Interpol:

Formulário de achados dentais

É o local onde devem constar todas as observações quanto à marcação. Neste formulário,

¬ Todas as peças dentárias perdidas em vida marcam-se com um X grande.

¬ Todas as peças dentárias perdidas depois da morte marcam-se com um círculo.

¬ Em caso de restaurações, usa-se a cor preta para marcar amálgamas, a cor vermelha para indicar trabalhos feitos em ouro, e a cor verde para os materiais polimerizados.

¬ As cáries marcam-se com "x" pequenos situados na face que as contêm.


Secção para características especiais

É o local onde são anotados todos os trabalhos odontológicos de interesse especial para a identificação, bem como fazer constar radiografias "intra vitam" e "post mortem" e outras informações que se tenham levantado.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Odontologia Forense- Parte I

O que é?

É a área da medicina onde, através dos conhecimentos relativos à sua estrutura dentária, se consegue obter uma identificação dos cadáveres ou a identificação de agressores através das marcas de mordida.

Tal como os ossos, os dentes são fundamentais àidentificação médico-legal. Mas, ao contrário destes, os dentes possuem uma grande resistência (graças à sua estrutura, composição e posição- protegidos pela bochecha, lábios e língua) o e uma enorme especificidade.




Os dentes são os componentes mais resistentes do nosso organismo, sendo que, em casos de carbonização são os únicos elementos presentes úteis para análise.



É possível obter características individualizantes se forem achados no local do crime muito poucos dentes. E mesmo quando a vítima não tem dentes, ainda pode ser retirada informação útil do estudo das dentaduras e do uso do raio-X feito aos maxilares e ao crânio.



Há também uma outra forma de identificação, através de marcas de mordida, também chamadas dentadas - impressão causada pelos dentes ou por partes da boca.

É usual o uso dos dentes como arma quando uma pessoa ataca outra ou quando a vítima do ataque se tenta defender, fazendo com que seja então possível a identificação do possível atacante. É importante que os odontologistas forenses sejam procurados desde cedo, de modo a reduzir o trabalho da polícia na investigação.



Importância da Odontologia Forense:

Método seguro.

Muito útil quando se trata de um corpo carbonizado.

Grande valor da ficha odontológica.

Identificação de indivíduos




Objectivos da Odontologia Forense:

- Identificação de um humano através do registo dental (determinação do sexo, idade, raça e altura de um indivíduo);

- Análise das dentadas encontradas na vítima ou agressor, em madeira, comida ou pele;

- Apresentação das marcas de dentadas como uma prova no tribunal;

- Assistência na construção do estilo de vida e da dieta da vítima.




Ø Determinação do sexo: É a primeira coisa a reconhecer. Baseada na análise dos incisivos centrais superiores. Nos homens são mais volumosos, nas mulheres têm o diâmetro menor.

Ø Determinação da raça: Analise baseada nos molares e as suas cúspides (extremidades dos dentes).

Ø Determinação da idade: A arcada dentária é o melhor indicativo de idade. Os resultados só são precisos até aos 16 anos pois as etapas de desenvolvimento (substituição da dentição e formação de raízes) são iguais.

Ø Determinação da altura: Determina-se o arco de circunferência (dos incisivos ao canino) e através de uma fórmula, obtemos entre que valores varia a estatura da pessoa. A estatura máxima corresponde á medida do arco, a estatura mínima corresponde ao raio corda inferior.